Poesia Gótica + linguagem moderna = Poesia Paralela
Poesias que fluem da alma, muitas vezes sem explicação, mas muitas vezes delimitando o caminho

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A distância de um silêncio

Hoje é apenas mais um dia, numa sequencia que se repete tão nitidamente, que não tem como fazer de conta que é especial. Sei que é errado pensar assim, pois todo dia é especial, afinal, estamos vivos. Já é suficiente para estarmos felizes e satisfeitos, pois tudo o mais é conquistado.
Mas ( ultimamente todo final de afirmação eu tenho colocado um “mas” ), como não somos perfeitos, não vemos essa clareza de direção. Afinal, é só mais um dia como outro qualquer.
É incrível o que a distância é capaz de fazer com uma pessoa; ela é capaz de nos colocar com um significado tão ínfimo que nos sentimos como um “nada” perdido no espaço. Sensação de ser irrelevante. Cabe lembrar aqui, um termo que lembrei que aprendi na psicologia segundo Freud; segundo ele, o homem vive em função de três necessidades apenas. Sobreviver, procriar e formar comunidade. Tudo o que precisamos se encaixa em uma dessas três condições.
Se achar irrelevante, é não formar comunidade. Estar isolado.
A distância, em especial de alguém, nos impõe uma condição de abandono, de desconforto profundo, e de negação.
Sinto em suas palavras a distância que você quer hoje; e não foi isso que você me fez acreditar um dia, e isso funciona como um sopro na luz da minha alma. Estremece, mas jamais vai fazer apagar. Mas até este sopro, dói, e muito.
És tão difícil para ti dar cinco minutos de teu tempo para me ouvir ? O que são cinco minutos no teu dia, para que se negues a reconhecer que ainda estou aqui...
Eu sempre vou estar, reconheço, mas o preço é bem alto pra mim. Me sinto totalmente honrado em poder estar perto de ti, e principalmente no momentos em que se lembra de mim, por qualquer motivo que seja. Gostaria de ser seu Anjo da Guarda, mas não sou.
Provavelmente foi uma decisão acertada, pois se eu fosse, acabaria interferindo demais na sua vida, e estragaria tudo. Melhor continuar onde estou.
Sinto muito tua distância, minha doce inspiração de olhos cor de mel, e a cada dia que passa sinto uma adaga rasgando meu peito, perfurando meu coração e fazendo sangrar meu amor. Mas ele continua a te amar, não importa o quanto sangre, pois é fonte eterna onde nada nem ninguém pode conseguir mudar.
O que faço sem ti, inspiração das minhas manhãs? O que faço sem ti, minha respiração da alma? O que faço sem ti, deusa eterna e misteriosa de olhos lindos e sorriso encantador que me enfeitiça?
Quero morrer em teus braços, onde pelo menos poderei em meu último momento de visão ver teu rosto, e poder sorrir antes de fechá-los para sempre.
És tua felicidade que me traz paz, és tua calma que me orienta e me conduz pelas trevas, é tua luz que não deixa minha alma apagar, são teus olhos que não canso de lembrar e viajar no seu brilho. És minha vida, que corre em outra direção, e que não posso mudar, apenas entender, e esperar que o ciclo se complete nessa transição.
Não vou te cobrar nada, pois sei que não és justo da minha parte. Apenas busque e acredite em teu caminho; acho que no momento não posso te ajudar em nada, porque você não precisa e nem quer; assim como também sei que até hoje duvidas do meu amor por ti, pois acreditas que não é possível.
Tenho paciência; sei que um dia acreditarás, por mais tempo que leve.
Enquanto isso, se és a distância que quer, a distância te dou. Saberás o momento em que serei útil para sua felicidade, e saberás onde estou.
Não seguro mais as lágrimas que correm pelo meu rosto agora, pois não são apenas de dor, mas principalmente por sonhar com um futuro que não vai existir. Isso me ajuda a superar, e não tenho vergonha de reconhecer que minhas lágrimas são de amor por ti, minha eterna e doce inspiração.

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