Poesia Gótica + linguagem moderna = Poesia Paralela
Poesias que fluem da alma, muitas vezes sem explicação, mas muitas vezes delimitando o caminho

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sozinho

Sozinho, pela noite vago... Ninguém nas ruas, apenas ouço barulhos que devem ser de animais de hábitos noturnos, mas nem sequer os vejo. É uma sensação um tanto estranha; acho que para quem nunca “percebeu” essa situação, deve ser bem ruim, mas para mim já tem outra face.
A solidão tem sido minha companheira há tanto tempo, que hoje ela me segue como guia, como presença viva, e eu posso senti-la por onde passo. As pessoas não me notam, não me vêem, e assim sendo, eu não existo. Existir se estende por muitas ramificações; a que estou me referindo aqui é o fato de não existir para as pessoas que você mais queria que sentissem sua falta. Se elas não te vêem, de nada adianta o mundo te dar glórias.
Mas sentir só, tem seus benefícios. Sei que pode parecer loucura, afinal, será que alguém em sã consciência, iria querer ficar só ?
Claro que não; nem eu quero. Só que isso não é uma dádiva que escolhemos, mas sim um teste pelo qual temos que passar. Existem coisas que só se pode fazer sozinho, por mais que queremos que alguém esteja ao nosso lado.
A solidão me ensinou a viver no silêncio, me ensinou e me ajudou a construir um mundo paralelo à essa nossa realidade, que é onde me escondo quando o que é real me destrói, sem nenhuma piedade, e faz questão que eu fique no chão. Meu mundo não é feito só de realidades, mas como obrigação temos que viver nela. Inclusive eu, embora não goste.
Viver no silêncio, dentro das sombras, me ensinou muita coisa que me ajuda muito hoje em dia. Aprendi o canto da Fênix dourada, o qual ninguém vivo pode ouvir, aprendi a ver e respeitar os espíritos elementais, aprendi que quando não se tem uma saída adequada para um problema, é melhor ficar em silêncio; o silêncio do meu mundo.
Por mais que as palavras transmitam em termos de significado, o silêncio transmite muito mais. O silêncio pode ter várias interpretações; pode ser a falta de diálogo, pode ser uma forma de dizer “quero distância de você “, pode ser uma forma de dizer “eu te amo”. De um extremo a outro, totalmente adverso, o silêncio faz viajar.
No silêncio, eu viajo em cada sorriso teu com o qual tu me presenteias, no silêncio eu te amo profundamente, quieto, baixinho, para não chamar a atenção, no silêncio tenho sede de ti, e mergulhado nos sonhos sacio minha sede em tua boca, num beijo eterno, encantado, e que é capaz de mudar toda minha “realidade”.
Estar só, acho que é o único modo de se enxergar o “real”, da forma mais límpida e clara possível, livre de qualquer influência ou de qualquer um dos meus sentidos que sempre me levam aos caminhos mais fáceis.
Somente sozinho, descobri o caminho dos teus olhos, somente sozinho vi a beleza de teu coração, somente sozinho fiquei encantado eternamente pelo teu sorriso, somente sozinho descobri que te amo. E descobri o quanto te amo.
Aos poucos, estou aprendendo a transformar meus inimigos em meus aliados; hoje, o tempo está comigo, e não mais contra mim, pois aprendi a vê-lo em todas as suas fases. Assim, aprendi a viver e controlar o silêncio; silêncio profundo e às vezes até assustador, mas que consegue guardar qualquer coisa que se possa imaginar.
É pelo silêncio que eu ando, que eu me expresso, que eu me mostro e que eu vivo. Acho que é por isso que não sou notado. É no silêncio que aprendo com as outras pessoas como me tornar uma pessoa melhor, e diminuir meus erros. Não por questão de julgamento das outras pessoas, mas por usá-las como espelho, para saber o que eu quero e preciso refletir, e como fazer isto.
Hoje minha alma me guia, pelo tempo e pelo silêncio, por um único motivo. E amo. Amo com todas as energias do meu corpo, e com toda a essência da minha alma, mas já não é mais aquele amor que me consome e me larga jogado às lágrimas. Ele me consome sim, mas em cada chama que ele acende em mim, me dá mais forças para continuar acreditando no tempo e no silêncio.
Hoje, confio neles, e sei que um dia eles te trarão até mim, e estando só, vejo a certeza de tudo que está acontecendo. Talvez eu esteja mudando, mas por maturidade espiritual. E a maior felicidade que isto me traz, é amar-te mais a cada segundo.
Me sentir só, me dá a luz que preciso para ter certeza que jamais vou me arrepender por te esperar por toda a eternidade, se for preciso, pois como disse em meu último post, sou a pedra no meio do deserto. Eu faço a diferença.

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