Poesia Gótica + linguagem moderna = Poesia Paralela
Poesias que fluem da alma, muitas vezes sem explicação, mas muitas vezes delimitando o caminho

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Caos - parte 2

É muito difícil enxergar através dos nossos erros; talvez seja por isso que a vida acaba sempre parecendo tão complicada. Reconhecer que erramos já não basta, precisamos de ferramentas para consertar o que estragamos. Tudo é muito relativo; as vezes as pessoas dizem simplesmente “deixa pra lá”, mas na verdade não é bem isso que elas queriam dizer. Estão apenas tentando te fazer sentir melhor. Mas nem sempre ajuda.
Claro que todo tipo de ajuda, é muito bom, mas nem sempre tem efeito. Existem pessoas que tem o dom de transformar as coisas mais simples num verdadeiro caos sem começo nem fim, e nisso acabam envolvendo outras pessoas que nada tem a ver com isso nesse emaranhado de linhas tortas. Acaba-se perdendo muito em tudo isso.
A força de cada ação reside no mais profundo de seus sentimentos, mas nem sempre é legal você expor tudo assim, tão diretamente. Existem coisas que nunca devem ser reveladas, que pertencem apenas à sua consciência. Pra tudo existe um momento na vida, e nós geralmente escolhemos os momentos errados para jorrar nossa profunda e aclamada “não existente” sabedoria em cima dos outros, nos fazendo de anjos da guarda, ou guardiões, como prefiram.
Exaltamos nossa idiotice e nossa profunda crença num conhecimento que não temos, e levamos muita gente conosco nisso. Talvez seja algo que eu nunca consiga esquecer.
É difícil saber que você tem uma missão, tem potencial, mas não tem equilíbrio suficiente sobre seu emocional. Essa é a reprovação total. Não domines teu emocional, e sejas eterno escravo dele.
Assim como, já, quase lenda, diz a Esfinge: “Decifra-me ou te devoro “; essa é nossa vida batendo contra os muros à nossa volta. Ou deciframos nosso caminho, ou somos devorados pela materialidade. Esse sistema já está em estado de putrefação, e estamos juntos com esse “lixo” espalhado pelas ruas. Somos coniventes com isso, por sermos omissos. Quando se diz, “entre nessa lama e resgate o que você perdeu”, significa que você tem que entrar, mas precisa sair depois; mas infelizmente em grande parte das vezes acabamos ficando lá, seduzidos pela matéria, pelo impulso, pelas atrações momentâneas, que acabamos acreditando ser nossa realidade final.
Triste fim; fique aí, dentro de sua inércia, esperando que algum anjo caia em cima de você, e te leve nos braços... Irônico.
É uma das sensações mais difíceis da vida, mas isso já é uma necessidade básica nossa, embora não aceitamos. Vivemos tomando esse “choque” para acordar, e vermos as besteiras que estamos fazendo; isso vem de formas diferentes para cada um, e em situações diferentes. Só precisamos entender que é o momento de mudarmos.
Nossas atitudes nos condenam, nossos sentimentos se dissolvem como uma pedra de gelo sobre o chão escaldante do deserto, ficamos procurando um jeito de juntar as partes novamente, mas tudo o que conseguimos é ver escorrendo pelas nossas mãos esse precioso líquido da vida, chamado felicidade, que derramamos pelo chão, e que não conseguimos mais recuperar.
É um poço sem fundo, provação sem limites, estar à beira da insanidade, e tomar a decisão errada. Dar um passo à frente, estando a um passo do abismo... Essa é a queda. O que fazer ? Não há o que fazer, a não ser aprender com mais um retorno ao zero absoluto, tendo nas mãos apenas os estragos que fizemos, e os sentimentos que não evoluíram, com a missão de fazermos isso evoluir, juntamente conosco.
Hoje eu sinto frio, o frio de uma alma desprotegida, que perdeu sua “máscara de proteção”. Eu a perdi na busca mais importante da minha vida, e que valeu cada segundo vivido, e que compensa todo o frio que sinto agora, pois o motivo da minha busca acendeu a prova que estou vivo, e isso nunca mais vai se apagar.
Agora instalou-se o colapso; jogo de inércia e movimento constante em contraste com as entradas e saídas do subconsciente. A mente coloca a vida numa viagem na velocidade do pensamento, testando todas as portas de acesso, e tudo gira rápido demais, e em segundos vejo toda minha vida na palma da minha mão.
Normalmente, vivemos de uma forma mais mecânica; fazemos as coisas por instinto ou por ser a coisa certa, mas, não lembramos quem na verdade somos. É justamente nesse instante mágico, que você se lembra do mais importante de tudo: sou “eu” que estou aqui, que comando esse corpo, que estou tendo minha chance de ser feliz. Não posso viver de impulsos ou instintos. Não são eles que me comandam, mas sim EU.
Por um instante, você se lembra que quem manda é você, e não é isso que tem acontecido na sua vida. Não sei se alguém já se viu pensando assim, mas é uma sensação estranha. Parece como se fosse outra pessoa que estivesse no comando o tempo todo, e nesse instante mágico, você retomasse o controle e visse toda a imundície que você tem feito.
Insano?
Não sei.
Apenas sou eu.

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