São tantas as coisas que influenciam nossa vida, que condicionam nosso modo de viver, que inúmeras e inúmeras vezes nos pegamos totalmente à deriva, sem um rumo certo, seguindo um caminho simplesmente porque a vida nos jogou ali. Na verdade, não foi a vida que nos jogou ali; aquilo era apenas um obstáculo, uma situação cincustancial pela qual nós deveríamos ter passado, mas não conseguimos, e ficamos ali parados vivendo uma “não realidade”, que para nós figura como definitivo, ou o que chamamos de “para o resto da vida”.
Mas na verdade, quem escolheu ficar ali, estático, para esse resto de vida?
Nada além de nós mesmos. Muitas vezes em nossas atitudes impensadas, em nossas ações mal calculadas, em nossas escolhas mal feitas guiadas por um egoísmo inconseqüente ou uma inocência dos sentidos, acabamos machucando as pessoas, ferindo os sentimentos delas, e conseqüentemente, nos colocamos como únicos culpados disto. Não que seja mentira, em muitas vezes é isso mesmo que acontece; mas não é a verdade absoluta. Em muitas vezes os erros acontecem com outras pessoas simultaneamente, em dualidade conosco. Uma das coisas que aprendi durante esses longos anos que já tenho de aprendizado, é que o perdão.é um dom tão alto e supremo, que ele não está ao alcance dos homens. Perdão, só se pede à Deus. Não sei qual sua religião ou crença, mas, se você acredita que existe alguém acima de tudo e de todos, é a Ele que você deve pedir perdão.
Agora você deve estar se perguntado se, o perdão não deve ser dado pelos homens, então quando erramos, como fica a situação?
O que quis dizer, é que existe uma obrigação moral e que está acima de qualquer outra lei de mesma ordem; uma lei que deve ser cumprida a qualquer custo e que não cabe aos homens questioná-la. Como o perdão é um dom supremo, não existe situação nenhuma onde o pedido de desculpas não possa ser aceito; essa é a obrigação humana. Sempre desculpar os erros daqueles que, mesmo sem querer, nos machucam. Pois afinal, quantas vezes não fizemos o mesmo com outras pessoas, e fomos desculpados.
Mas afinal, o que acontece quando essa aceitação dos erros não acontece?
Aquele que não é capaz de, mesmo com a ajuda do tempo, desculpar outra pessoa, ela acaba alimentado um ódio, um tipo de aversão, que não é capaz de construir nada. Ao contrário, apenas destrói. Eis aí um jeito fácil de se saber quando uma pessoa foi capaz de superar uma decepção ou mesmo um mero ajuste do destino; a progressão dela. Se ela foi capaz de reconstruir sua vida, mesmo que ela não admita, ela superou. É que, muitas vezes, infelizmente, sentimos que devemos fazer alguém sofrer para entender o que passamos; mas isto é um erro, pois o próprio destino se encarrega dessas coisas. O famoso ditado tem seus fundamentos; “aqui se faz, aqui se paga”. Mas não pelas nossas mãos.
Agora, aquele que não é capaz de desculpar, não supera, e não progride. Sua vida pára, porque ele fica eternamente gerando esse “karma”, essa energia negativa, e que só é capaz de atrair para si coisas negativas.
Existe também aí, uma terceira condição. E quanto a nós, que fomos quem erramos ou quem eventualmente participou de um episódio do destino que prejudicou alguém?
Prevalece o ditado; se você fez por maldade, você está gerando o karma para você, e por mais tempo que passe, você vai “pagar”, digamos assim. Você vai sentir pelo menos uma parte do que causou. Quanto a essas pessoas, não tenho muito a dizer; o destino traz à elas o que lhes é de direito. O que busco aqui, é fazer entender àquelas pessoas que, por algum motivo causaram mal a alguém, muitas vezes por estarem eventualmente no local certo e na hora certa para ser a ferramenta que Deus precisava para corrigir algo, você não tem culpa de nada. Aqui somos apenas ferramentas à disposição do destino muitas vezes; e o destino não escolhe as ferramentas pelo quesito de serem mais fortes espiritualmente ou por estarem mais aptas a superarem o evento. Todos estamos à disposição dele.
Nesse caso, que deveria ser o mais comum, afinal, ninguém deveria fazer mal a ninguém por simples vontade, quem fica vivendo nesse passado onde tudo aconteceu, e que na verdade nem existe mais, apenas está se escravizando por uma coisa que já não faz parte do destino de ninguém. Já aconteceu, já fez o efeito que tinha que fazer, o destino se cumpriu. Pode ter certeza, foi por uma causa maior.
Aceite sua posição de ferramenta, e não se martirize por coisas que você meramente causou. O que realmente importa, é o que você sentiu na época, qual era sua vontade, e o que você sente hoje.
Se não houve maldade, não houve erro que não mereça desculpas. Pena que muitas vezes essas desculpas não são ouvidas, pois nem todos conseguem dize-la. Por isso a importância de se reconhecer a diferença entre uma situação e outra.
Busque no seu mais íntimo o sentimento verdadeiro que se fez passar, que possa estar te perseguindo de forma deformada. Não crie fantasmas que não existem em sua vida, pois eles apenas retardarão seu aprendizado, e te prendem a situações que simplesmente não existem mais.
Um único resumo de tudo; você errou, busque as desculpas de quem você atingiu. Se ela vai te dar ou não, é outra coisa. Sua parte é reconhecer o erro para quem foi atingido, e se desculpar. Se ela vai fazer isso ou não, é a construção do karma dela, não do seu. Essa situação morre aí.
O perdão, esse sim você deve pedir a Deus, unicamente. Ele, e só Ele, é capaz de ler seu coração e saber tudo que se passa nele. Se você estiver sendo honesto em seu perdão, não precisa ter dúvidas que Deus te perdoará. Ele jamais irá recusar o amor de um filho e o perdão sincero de um erro. A única coisa que você não pode fazer, é duvidar se Deus vai te perdoar. Esse é um dos maiores insultos que você pode cometer em sua vida.
Ele sempre será seu Pai, e te conhece como imagem Dele.
Liberte-se do passado, conserte aquilo que você deixou pra trás se ainda não fez. Se já fez, peça o seu perdão a Deus e aceite que Ele está te perdoando. Reconstrua sua vida na fé, o caminho não é tão difícil assim. Nós é que conseguimos deixar as coisas simples “complicadas”.
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