Poesia Gótica + linguagem moderna = Poesia Paralela
Poesias que fluem da alma, muitas vezes sem explicação, mas muitas vezes delimitando o caminho

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Nada mudou.

As estrelas aos poucos vão se apagando, uma a uma, e uma luz muito maior começa a surgir no horizonte. O frio e a solidão da noite vão dando lugar ao frio e a solidão dos dias. Quando vi o sol surgindo hoje, vi também teus olhos, no alto dos céus, junto ao brilho maior que se impunha sobre as terras. Sobrou-me as lembranças, as frases que dissestes e escrevestes, a imaginação, que sempre foi o que mais me moveu. Lembranças de um passado que nunca existiu. Pequenos fragmentos de uma realidade fugidia que eu insisti em dar vida, para que meus dias tivessem sentido. Sei muito bem o que encontrei em ti, mas tu não entendestes o real significado disto, porque não era o momento para isto. Hoje, quando te procuro, te encontro nas pedras espalhadas pelo chão, te vejo refletida pelas águas que correm pelos cantos da estrada, vejo teu rosto desenhado pelo brilho do sol, e sinto tua mão tocando minha alma a todo momento. Eu deixei uma porta aberta quando te encontrei, e ela não mais irá fechar, pois eu joguei fora a minha chave. Só tu poderás fechá-la, um dia talvez, quando o destino assim o quiser e achar conveniente, e achar que sou digno de receber o presente mais lindo do mundo... um beijo teu. Mais lembranças de um passado que nunca existiu. Gosto de sonhar, mas na maioria das vezes esqueço a hora de acordar, pois tem vida lá fora, existem fronteiras para serem rompidas e buscas para serem terminadas. E não será através de sonhos que conseguirei isto. Não foi um sonho ter te encontrado; foi real. Isto é algo que eu não sei direito explicar, porque não sei falar sobre realidade. A minha tangente entre o real e o surreal é muito flexível, e eu nunca sei onde estou. Sempre prefiro acreditar no que me é mais conveniente, e acho que por isso eu sofro tanto. Porque não acredito na realidade, mas sim nos sonhos. Mas foi assim que tua lembrança me deixou; do mesmo jeito que me encontrou. Sem espada, sem escudo, e com os olhos fechados para o “real”. Tu entrastes em minha vida como uma rajada de vento que bate a porta quando passa, juntou em um canto todo sentimento e toda emoção que eu tinha, me fez acreditar que poderia ser especial para alguém, mas, da mesma forma que entrou, saiu batendo a porta novamente, deixando pra trás os restos destorcidos dos sentimentos que ainda sobraram. Onde havia escuridão, hoje são trevas eternas, e eu, que estava acostumado a viver “escondido”, hoje nem preciso me esforçar para isto. Nem sequer sou notado. Não tenho muito o que mostrar, não tenho muito o que dizer para as pessoas, e mesmo sem ter a mínima idéia de que está acontecendo, você é rotulado de anti social. Teu nome continua sendo um eterno poema em meu coração, poema que eu repito sem parar todos os instantes da minha vida, poema que voa com os ventos a cada respiração minha, poema que intriga e esclarece, dói e cura, ouve e faz calar, prende mas absolve, ataca em sua defesa. Teu nome está em cada grão de areia que vejo pelo chão, como forma de me lembrar que estás e sempre estarás em tudo do que eu me aproximar; meu amor por ti é forte e imponente, e ele não se digna a abaixar a cabeça pelo simples fato de que abandonastes minha vida, afinal, nada mudou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário