Poesia Gótica + linguagem moderna = Poesia Paralela
Poesias que fluem da alma, muitas vezes sem explicação, mas muitas vezes delimitando o caminho

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Simplesmente normal

Estive um tempo fora; acho que é visível pelo tempo dos posts. Mais uma vez acreditei em um projeto, em um sonho, como tantos outros que já tive, e que como sempre prometiam “mudar o mundo” de acordo com os conceitos que embuti nele. Mais um sonho, como tantos outros que já tive, e que ficaram pelo caminho, sempre sem terminar. Aliás, algumas coisas nos perseguem e não conseguimos fugir delas por mais que queiramos, ou por mais que nos escondemos delas. A minha vida é um imenso mar, cheio de sonhos despedaçados. A maioria, sonhos que eu comecei a construir porque acreditava demais neles, mas na primeira dificuldade, eu desistia. E os pedaços foram ficando. Outros, porque fui forçado a escolher entre pólos opostos das minhas pretensões. Geralmente eu sonho e quero coisas que, para mim, são o céu, mas são coisas que não “se misturam”. Não combinam, e com o tempo, tenho que escolher entre o que é mais importante na minha vida. Como sempre pedi à Deus o “amor”, pois sempre foi minha carência desde a infância, é lógico e óbvio quais foram as minhas escolhas, e não me arrependo em nada delas. Mas descobri com o tempo, que eu estou sempre querendo viver uma vida que eu deveria ter tido a coragem de viver há 20 anos atrás. Os sonhos que eu busco, os ideais que eu persigo, não tem mais nada a ver com a pessoa que eu sou hoje e com as obrigações que eu tenho com a vida. E, mais uma vez, vem a escolha. Estive vivendo outro sonho, outro projeto que mudaria minha vida e de quem está comigo, mas descobri que está em conflito direto com as coisas que eu mais amo na vida, e denovo, a escolha. Desistir e deixar mais uma vez um projeto pela metade, sem saber se um dia iria dar certo. Na certa, minha vida é uma eterna dúvida. Sempre existiram os “serás” e sempre existirão, e eu nunca saberei onde os projetos chegariam se eu tivesse insistido, se não fosse obrigado a fazer escolhas tão radicais. Me sinto cansado, frustrado e decepcionado profundamente com a pessoa que me tornei; não sinto que sou digno das coisas que tenho, das conquistas que alcancei, nem tampouco das pessoas que me cercam. Sou um péssimo exemplo para que alguém siga, se até a coragem para acreditar em mim mesmo me falta. As pessoas me pedem ajuda, mas não sabem o quanto já estou mergulhado neste mar imenso de dúvidas e demônios, que eu mesmo criei para tornar minha vida mais difícil do que poderia ser. Será que existe karma? Deveria ter uma forma de explicar tudo isto, mas nem todos os anos que estudei o que as pessoas não vêem, conseguem mais me provar o que existe ou o que não existe. Desilusão talvez; desilusão comigo mesmo. Sei que mais ninguém tem culpa do que me tornei hoje. Sou fraco, e em parte inútil. Quando mais precisam de mim, eu decepciono as pessoas e nunca estou onde sou necessário, ou fazendo o que é realmente necessário. Não consigo imaginar o contrário; que todos estejam errados e apenas eu certo. Questão matemática; pelos números, eu sou o “desajustado”. Tudo neste universo tem seu local certo, e a maneira certa de se encaixar. Mas eu estou sempre no local errado, tentando ocupar um lugar que não é meu. Um círculo, nunca vai conseguir ocupar o espaço de um quadrado neste imenso ladrilhado que é o mundo, e é isto que eu sinto. Como se eu fosse um círculo, sempre teimando em ocupar o lugar de um quadrado, porque ali é mais atrativo; como não consigo, tento outro espaço, desta vez triangular. Ou seja, estou sempre fora de sintonia, e não aceito quem eu sou hoje. Preciso urgentemente aceitar as limitações que a vida me impõe, pois todos aceitam, e eu não posso ser exceção. Isto não existe. Como já me falaram uma vez, nem padaria vive de sonhos hoje em dia, e apenas alguns “burros” ficam nesta vidinha idiota de acreditar que irão mudar tudo a qualquer momento. Meu momento já foi, já passou há muitos e muitos anos atrás, numa época em que eu não vivia para mim; agora não dá mais tempo, e este preço eu vou ter que pagar pra sempre. Não posso sacrificar outras pessoas que não tem nada a ver com os meus problemas de personalidade e auto afirmação. Preciso ser algo que nunca fui. Simplesmente, normal.

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